Se a casta Baga encontrou na Bairrada o seu território natural, a realidade mostra-nos que é no concelho de Cantanhede (Cordinhã, Enxofães, Póvoa da Lomba, Pena, Portunhos…) que ela encontra maior área de vinha para produzir com melhor maturação e qualidade. Com algumas centenas de viticultores associados e um acompanhamento muito próximo da matéria prima, a ADEGA DE CANTANHEDE tem conseguido, sobretudo na última década, uma alta performance nos vinhos que lança para o mercado, provando que, também no sector cooperativo, se consegue alcançar a excelência.
Na comemoração dos 65 Anos da fundação da Adega, foi lançado este MARQUÊS DE MARIALVA GARRAFEIRA 2001, vinho que pretende retratar a evolução da casa ao longo destas seis décadas e meia, mostrando aos consumidores mais exigentes que, ali, a ambição de criar vinhos memoráveis não conhece limites. Aberta a garrafa, é notável a beleza e jovialidade da cor, de um rubi aberto, brilhante e com um comportamento cromático encantador no copo Zieher Balanced. No aroma mostra a invencibilidade da Baga ao passar do tempo, com a fruta bastante opulenta e presente, cereja preta, balsâmicos, leve fumado, num conjunto onde impera a harmonia. Na prova de boca, é o milagre da Bairrada a fazer das suas, tornando um vinho com duas décadas praticamente imaculado na acidez, frescura, tanino firme, nervo, muita tensão e sem quase percepção do seu elevado teor alcoólico – 14,5% – pelos provadores que lhe deram a extrema unção em poucos minutos. Não obstante o ADN Bairrada, surge com uma expressividade de elegância e finesse. À Adega de Cantanhede deseja-se a continuação deste enorme trabalho que a tornam uma referência a nível nacional e internacional.