Cheguei a Berlim pela primeira vez em Fevereiro de 2016 e, desde então, foram 9 as edições do Berliner Wein Trophy em que participei, tendo provado um total de mais de 1800 vinhos, oriundos de dezenas de países diferentes. Aqui chegado, aquilo que mais sinto é a evolução do conhecimento que fui adquirindo enquanto provador, num processo de aprendizagem que me tem permitido arquivar na memória centenas de aromas e sabores, tentando, através de um processo de estudo sistemático, alargar a minha base de conhecimento que começou na Bairrada e hoje tenta abarcar todo um mundo do vinho distribuído pelos cinco continentes. É uma constante busca de novas e mais solidificadas competências que me permitam, a cada concurso, a cada prova, conhecer melhor, identificar melhor e ser o mais justo possível para os produtores que submetem os vinhos às competições.
Há, no entanto, algo que comigo levo destas participações que cria memórias mais perenes que o vinho, porque resulta de laços fortes que se criam e eternizam. Laços que resultam de cumplicidades que vão muito para além do profissionalismo que colocamos em cada momento de prova e se solidificam a cada ano que passa, a ponto de podermos claramente dizer que, aqui, criamos amizades duradouras que não se esgotam nos poucos dias que aqui permanecemos e passam a fazer parte do nosso quotidiano. E cada novo membro que chega é imediatamente acolhido nesta enorme família de provadores que faz qualquer um sentir-se em casa, seja qual for o local onde nos encontremos.
São estas as experiências que mais nos enriquecem porque, o factor humano do mundo do vinho será sempre muito mais valioso que a matemática da avaliação.
Até breve, Berlim