No passado dia 3 de Setembro, os “Baga Friends” escolheram a idílica Quinta das Lágrimas para uma apresentação a jornalistas e sommeliers nacionais e internacionais. Este heterogéneo grupo, que tem na casta Baga o seu vector comum, desenhou este evento que decorreu todo o dia e do qual constaram provas específicas e masterclass subordinadas à divulgação de uma Bairrada muito própria.
O evento culminou com um jantar destinado aos profissionais e no qual os vários estilos dos produtores puderam ser comprovados, mostrando que a Bairrada se faz muito de personalidades e especificidades de cada terroir único.
Pelas mesas desfilaram o Nossa Bical, de Filipa Pato, branco distinto, pleno de mineralidade e personalidade, à imagem da sua autora. Seguiu-se um ícone decano dos vinhos criados na região, o Buçaco Branco Reservado, criado a partir de uvas da Bairrada e Dão. A novidade dos vinhos Buçaco é uma nova vinha recentemente plantada em Grada, Anadia, num terroir de encosta com vista, naturalmente, para a serra do Buçaco.
Dando lugar aos tintos, a debutância coube a Luís Pato, o mais experiente e pioneiro da valorização da casta Baga na região. O vinho foi o Vinha Barrosa, tinto de parcela única. A Dirk Niepoort coube uma manifestação de paixão pela região que o encantou e o levou a adquirir a Quinta de Baixo, em Cordinhã. À mesa esteve o seu Poerinho, tinto aberto, elegante e de ligeira, mas apenas ligeira aparência. Para mostrar como a Bairrada é diversa, surgiram, de seguida, os poderosos Sidónio de Sousa Garrafeira, vinho de acidez vibrante e estrutura musculada, o distinto Quinta das Bágeiras e, por fim, aquele que representa a expressão mais impenetrável da Baga na Bairrada, o Quinta da Vacariça, do francês François Chasans.