Região: Douro
Castas: 100% Côdega do Larinho
Enologia: Nuno Felgar
Teor Alcoólico: 13,5%
Acidez Fixa: 5,3 g/l
P.V.P.: 9,50 € em garrafeira
Portugal é fértil em castas com nomes quase impronunciáveis para um consumidor estrangeiro e que, por esse motivo, a que se soma rarearem nas vinhas portuguesas, vão sendo ignoradas pelos produtores, com sérias consequências para a singularidade dos vinhos portugueses, levando-os a perder esse cariz tão único.
A Côdega do Larinho é um desses espécimes que valem a pena que lhe prestemos muita atenção, sobretudo pelo potencial de criar vinhos excelentes, bastante secos, acídulos e frescos. E de que forma é que esta casta “exótica” pode tornar-se apetecível para os produtores, levando-os a plantá-la, conferindo-lhe outra predominância na região do Douro? A única resposta que me surge é mesmo a de haver pioneiros que criem vinhos de tal forma marcantes que levem os seus pares a não hesitar um segundo em apostar nesta uva como casta de futuro.
À falta de amostra comparativa, ou pelo menos de amostras suficientes, não hesito um segundo em afirmar que o Côdega do Larinho da 100 Hectares pode muito bem ser esse farol que ilumina os produtores do Douro na criação de vinhos com esta uva. Sobretudo porque souberam “espremer” à uva todas as suas virtudes para a garrafa e, se ela possui aspectos menos positivos, a verdade é que não encontrei nenhum.
De cor amarelo cítrico, é no nariz que nos deixa logo em sentido pelo carácter tenso, mineral, sem exuberâncias aromáticas, nem dissertações exóticas. Fruta de caroço, boa percepção de frescura no nariz e, sobretudo, muito acutilante, no sentido de que não tem quaisquer falhas ou desvios. Na boca não conflitua com o que revelou nos aromas, continuando a percepção de mineralidade que nos completa, acidez desafiante e uma infinitude de prazer e energia que o torna numa perfeita companhia para a mesa. E um detalhe fundamental: aposto que este Côdega do Larinho vai ter uma evolução épica em garrafa, assim houvesse garrafas para guardar.
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