Região: Dão DOC
Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen
Enologia: Carlos Lucas
Blend: Pedro Martin
Teor alcoólico: 14,0%
Já anteriormente escrevi sobre a importância que os sommeliers tiveram, provavelmente na última década, na alavancagem dos vinhos portugueses, sobretudo nos projectos que primam pela singularidade e que melhor espelham o terroir donde são provenientes. É um trabalho de valorização que tem dado frutos e prestigia os vinhos portugueses junto dos consumidores portugueses e estrangeiros.
Essa experiência de prova também lhes confere uma rara sensibilidade e, com certeza, uma aptidão para, mudando de bancada, tornarem-se “blenders” perfeitos.
Sobre a superior enologia de Carlos Lucas, coube a Pedro Martin definir o lote que havia de definir o vinho. E o que nele sobressai é logo um selo de identidade bem marcado pelos solos graníticos e paisagem envolvente às vinhas, conferindo-lhe características bem típicas do Dão. De cor violácea, no nariz expressa imediatamente aquilo que lhe caracteriza toda a prova: a frescura, leveza e imensa elegância, sem fazer sobressair uma percepção alcoólica elevada. A fruta preta fresca é evidente, a que se associa um leve especiado e fumado, com uma presença de barrica muito bem trabalhada e sem qualquer imposição ao vinho. Na boca, regressa aquilo que o torna muito apetecível, a frescura, o tanino, a acidez, características que o tornam perfeito para acompanhar pratos expressivos. É um vinho a quem o produtor pretendeu que mostrasse o carácter inconfundível da região, sem com isso perder a finesse, elegância e cariz cosmopolita, tornando-o um vinho para o mundo moderno.
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