“Do reino a Coimbra” levou cozinha tradicional ao “Cordel”

Idealizado pel’ A LEI DO VINHO, a Magazine Digital dedicada ao vinho e gastronomia, teve lugar no passado sábado, dia 23 de Novembro, o primeiro dos almoços tertúlia, intitulado “Do Reino a Coimbra”.

o ciclo visa mostrar como a cozinha das várias regiões

Tendo por base a Universidade de Coimbra como pólo de formação das elites portuguesas ao longo de mais de mais de 700 anos, o ciclo visa mostrar como a cozinha das várias regiões do país aportaram à cidade dos estudantes, trazidas pelos séquitos nobres e burgueses, influenciando ao longo dos séculos toda a gastronomia local, trazendo-lhe a dimensão de todo o território nacional. A primeira edição deste ciclo que teve por anfitrião o restaurante Cordel Maneirista, em Santa Clara, Coimbra, foi dedicada à gastronomia de Trás-os-Montes, que harmonizou com uma selecção de 9 vinhos tintos de outros tantos produtores oriundos da Bairrada e Sub-Região Terras de Sicó.

 

Uma das prementes preocupações do almoço tertúlia residia na harmonização das entradas, pratos e sobremesas transmontanas com vinhos, exclusivamente tintos, desta enorme e singular região da Bairrada e da Sub-Região de Sicó, que já mostra muita firmeza nas opções que nos apresenta. A prova foi superada e a forma como foram agrupados os vinhos não deslustrou, revelando que os tintos das Terras de Sicó – Rabarrabos, Aperto e Encosta da Criveira – têm já uma ampla aceitação entre os consumidores, e revelaram acerto na prova com as alcaparras, o presunto bísaro de 36 meses de cura, o folar de carnes, pão de centeio com fio de azeite, o queijo terrincho velho e as amêndoas curadas.

 

Para o prato, que conjugava a perdiz, a alheira com as castanhas e o cuscus, pretendeu mostrar-se que os vinhos da Bairrada são únicos porque é o terroir que os molda, independentemente das castas que os compõem. Para demonstrar essa tese, foram colocados em prova e harmonização os Prior Lucas Habemus, Quinta dos Abibes Reserva e Medusa Reserva, vinhos que não obstante também terem na sua composição castas estrangeiras e nacionais não autóctones, revelam o gene da região, que lhes confere uma autenticidade marcante e definidora.

Para o enorme cozido transmontano, prato de uma riqueza ímpar, quis dar-se um sinal de esperança para o futuro da Bairrada, levando à mesa 3 tintos de 3 dos mais jovens promissores ou já grandes certezas da produção Vitivinícola da região: falamo-vos de Luis Patrão, Pedro Andrade e Luis Gomes, autores, respectivamente, dos Vadio, PGA e Giz.

 

Para o sucesso da tertúlia foi fundamental o apoio dos produtores que gentilmente colaboraram com a organização.Durante cerca de 5 horas os convivas renderam-se à salutar tertúlia de partilha de conhecimentos, histórias e sensações. Paulo Queirós e à Eduarda Antunes, timoneiros do Cordel Maneirista, foram os anfitriões deste “Do Reino a Coimbra”, sendo deles a responsabilidade por toda a confecção de pratos e doçaria que preencheram a mesa.

 

Brevemente será anunciada a data e a temática da próxima tertúlia Enogastronómica.

A Lei do Vinho

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